"Queria sumir, mas só tenho o saldo da conta pra desaparecer até a esquina"
É difícil ser uma alma complexa num mundo que quer respostas simples. Eu, por exemplo, nunca sou só “tá tudo bem” ou “tá tudo mal”. Eu sou o meio-termo dramático: “tô bem, mas ao mesmo tempo sinto que minha existência é um grande quebra-cabeça onde as peças vieram de caixas diferentes”.
E aí você pensa: será que sou complicada demais? Talvez. Mas também talvez eu só seja honesta demais sobre o caos que é ser gente. E isso, convenhamos, assusta.
A vontade de sumir, miga, não é frescura. É só o corpo dizendo: preciso de silêncio, espaço, vento na cara e um pouco menos de gente me chamando no WhatsApp. Às vezes não é a cidade que tá errada, sou eu que tô precisando de uma folga de mim mesma com figurino e tudo.
No fim, não some quem quer — some quem pode pagar o Uber até o aeroporto. O resto da gente se esconde na playlist, se reinventa num texto, cria um blog com nome fake e vive versões secretas entre um café e outro.
Até o dia em que a gente não queira mais fugir — porque finalmente se encontra, mesmo sem sair do lugar.
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