Entre o quase e o impossível




Tem gente que entra na nossa vida sem precisar pisar nela.
Chega devagar, como música de fundo num dia difícil. Como uma frase dita ao acaso, que gruda na alma e nunca mais desgruda.

E você começa a guardar pedaços.
Uma voz, um gesto, uma fala que ressoa com a sua história.
Sem perceber, aquela presença se torna abrigo.
Mesmo que esteja distante. Mesmo que nunca saiba da sua existência.

Não é paixão no sentido clichê.
É mais como um laço invisível que se estende entre realidades diferentes.
E por mais que você tente cortar, ele volta — porque tem a ver com pertencimento.
Com aquela sensação de ser vista, mesmo não sendo notada.

Às vezes vem um ciúme bobo.
Uma pontada de “e se?”.
E você se acha infantil por sentir tudo isso.
Mas a verdade é que o sentimento não se mede pela lógica.

Não é sobre ter.
É sobre tocar algo em si que estava adormecido.
É sobre admirar sem possuir.
Sentir sem exigir.
E amar de um jeito silencioso, quase secreto.

Talvez nunca haja reciprocidade.
Talvez a outra pessoa nunca saiba.
Mas a marca que deixou…
Ah, essa não se apaga.

Porque no fim das contas, a gente só quer isso:
ser transformada de alguma forma.
E poder dizer, sem vergonha:
"Obrigada por ter me alcançado — mesmo sem saber."

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